Dinheiro

Estava pensando...

Eu não tenho dinheiro e ele não falta para mim. Ao mesmo tempo, que eu tenho, eu sinto que ele não é meu. Ele sai da mesma forma que entra. O dinheiro sempre aparece na medida certa, nem um pouquinho a mais. Quando acho que está sobrando, logo aparece o destino certo para ele, sem contar que muitas  vezes o destino aparece antes que ele. Em algumas situações de necessidades ele demora tanto a chegar, me deixando ansiosa, preocupada, desanimada e até revoltada, porém, quando menos espero, ou melhor,  quando já implorei ao céus, ele chega e cumpre a sua parte e sai novamente sem deixar rastros. Se eu o tenho para honrar o compromisso, eu sou honesta, seu não tenho sou inadimplente e rapidamente posso fazer parte de uma lista negra a qual se fica prisioneiro e só serei libertada mediante pagamento.

Sem ele as portas se fecham e com ele as portas se abrem. O dinheiro é capaz de limitar até amizades, com muito, muitos amigos, com pouco, poucos amigos. O dinheiro capacita pessoas a comprar pessoas! O dinheiro dá alegria, dá tristeza e até competência. O dinheiro serve para medir a competência e ás vezes até a felicidade. Como pode ele dar e tirar ao mesmo tempo? Se eu tenho dinheiro é sinal de sorte e de boa gestão, se eu não tenho é sinal que eu não tenho sorte e nem competência. O dinheiro é capaz de tudo de bom e de ruim. Tem até quem diga que, quem trabalha não ganha dinheiro. Parece até afirmação de quem não quer trabalhar! Já ouvi dizer que eu não tenho dinheiro, porque não soube empregá-lo em uma outra vida, sendo assim a dívida continua...

Hoje ele tem valor, amanhã não tem. O dinheiro pode ser: suado, achado, doado, trocado, emprestado e até roubado. E tem preço alto a cobrar quando mal empregado. Ele pode estimular a avareza e a caridade. Quem o tem muito tem dificuldade de dividir e que tem pouco é capaz até de dividir, curioso não!

Existem inúmeras literaturas ensinando como usá-lo, como obtê-lo.

O que é o dinheiro? Quem é o dinheiro? É uma energia? É alguém nos testando? Para que o dinheiro serve? Por que somos escravos? Pobres e ricos são escravos do dinheiro, o rico por ter medo de perdê-lo e o pobre por ter o desejo de possuí-lo.

Não posso reclamar, sou grata, não vivo sem ele. Espero, corro atrás, procuro todas as possibilidades de adquiri-lo, evito dizer que ele não é importante e que não traz felicidades. Precisa ser bastante desprendido para negar a sua importância, ele ainda é importante na manutenção do dia a dia, desejos, sonhos, projetos e até para a caridade. O importante é não deixar que a falta do dinheiro seja a desculpa para não sonhar, viver e ajudar. E evitar sempre que o excesso te transforme e que leve ao deslumbre a ponto de sentir-se superior a tudo e a todos. 

Dja Cavalcanti