Somos todos carentes de elogios, uns mais outros menos. Para que reconheçamos o seu valor ele tem que partir do outro. O elogio é uma ferramenta importante de estímulo e fundamental quando criança, porém, infelizmente ele diminui quando o exercício passa a ser entre adultos, fase esta em que começam os conflitos. Muitas vezes nos escravizamos em agradar porque precisamos ser elogiados. Quando somos fortemente carentes de elogios, nos tornamos incapazes de receber críticas. Para muitos, a falta de reconhecimento é sinal de descaso, abandono e desamor. Muitas vezes essa busca é porque esquecemos de reconhecer em nós mesmos o nosso próprio valor e o nosso verdadeiro papel em determinadas escolhas. Muitos de nós cobramos de maneira quase obrigatória o elogio daqueles que convivemos.
Em nenhum momento paramos para refletir que esse sentimento não pode ser cobrado, ele é real e natural, acontece quando tem que acontecer e não porque queremos ou achamos que merecemos.
No trabalho esperamos o elogio e reconhecimento do responsável, pela qualidade do serviço prestado e esquecemos que antes de qualquer exigência o que está em jogo é a nossa responsabilidade e agradecimento pela troca que há entre o contratante e o contratado. Não é o outro que nos dará o lugar ao sol e sim o nosso esforço e a consciência da nossa responsabilidade em fazer o melhor em favor do bem comum. A ânsia e a necessidade descontrolada de elogio e de reconhecimento estimulam o egoísmo e a inveja, dificultando a aceitação em outros que os recebam. Muitas vezes viramos as costas para aqueles que convivemos porque não recebemos mais elogios e esquecemos que com a convivência é normal que a acomodação se instale diminuindo o seu exercício e muitas vezes até a extinção. Procuramos incansavelmente em outros relacionamentos e ficamos alimentados até que novamente a convivência diminui e desiludidos continuamos a deixar pessoas de lado por não saciarem as nossas necessidades. Precisamos olhar para dentro de nós mesmos e se perguntar: Por que tenho tanta necessidade de ser elogiado e reconhecido? Tenho a capacidade de elogiar e reconhecer a capacidade de alguém? Quantos elogios eu exercito por dia? Por que exijo elogios principalmente daqueles com quem convivo? Por que não sou capaz de me doar sem esperar o retorno? Precisamos encontrar o equilíbrio e não podemos negar a importância do elogio tanto em dar como receber e que não devemos é viver em função dele e negar a importância da crítica. O elogio serve para certificar o que fizemos certo e a crítica serve para acertamos o que faremos ou fizemos de errado. Com ou sem elogios precisamos continuar a viver em paz. Devemos evitar que os sentimentos se tornem peso em nossas vidas e sim bússolas que nos guiem. Sabemos que todos os nossos sentimentos sem exceção tem que haver um ponto de equilíbrio. Vamos dar o primeiro passo elogiando e reconhecendo!
Dja Cavalcanti
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