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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Tempo

Fonte: Liberte-se do Passado – J.Krishnamurti
ISBN: 8531602262 / ISBN-13: 9788531602269


O Homem vive do tempo. A invenção do futuro se tornou seu favorito jogo de fuga.
Pensamos que mudanças em nós mesmos só podem ser efetuadas no tempo, que a ordem só pode ser estabelecida em nós mesmos pouco a pouco, aumentada dia por dia. Mas o tempo não traz a ordem  nem a paz, portanto, temos de deixar de pensar em termos de gradualidade. Isso significa que não há um amanhã em que viveremos em paz. Temos de alcançar a ordem imediatamente.
Liberte-se do Passado – J. Krishnamurti
Quando se apresenta um perigo real, o tempo desaparece, não é verdade? A ação é imediata. Mas nós não percebemos que o perigo existe em muitos dos nossos problemas e, por conseguinte, inventamos o tempo como um meio de superá-los. O tempo é um embusteiro, porquanto nada faz para ajudar-nos a promover uma mudança em nós mesmos. O tempo é um movimento que o homem dividiu em passado, presente e futuro. E, enquanto fizer essa divisão, o homem viverá sempre em conflito.

O aprender depende do tempo?
Após tantos milhares de anos, ainda não aprendemos que existe uma maneira de vida melhor do que odiarmos e matarmos uns aos outros. Muito importa compreender o problema do tempo, se desejamos uma solução para esta vida que cada um de nós contribui para tornar tão monstruosa e sem significação como é.
 
A primeira coisa, pois, que se deve compreender é que só podemos olhar o tempo com aquele vigor e aquela inocência da mente, que já estivemos considerando. Vemo-nos confusos a respeito de nossos numerosos problemas, e perdidos no meio dessa confusão. Ora, quando uma pessoa se perde numa floresta, qual a primeira coisa que faz? Pára e olha em torno de si. Mas nós, quanto mais nos vemos confusos e perdidos na vida, tanto mais corremos em todos os sentidos, buscando, indagando, rogando. A primeira coisa que você deve fazer, se me permite uma sugestão, é fazer algo interiormente. E, quando você pára, interiormente, psicologicamente, sua mente se torna muito tranqüila e clara. Você pode então considerar verdadeiramente a questão do tempo.
Os problemas só existem no tempo, isto é, quando nos encontramos com um fato de maneira incompleta. Esse encontro incompleto com o fato cria o problema. Quando enfrentamos um desafio parcial fragmentariamente, ou dele tentamos fugir criamos um problema. E o problema continuará existindo enquanto continuarmos a dar-lhe incompleta atenção, enquanto esperarmos resolvê-lo um dia destes.
Você sabe o que é o tempo? Não o tempo medido pelo relógio, o tempo cronológico, porém o tempo psicológico ?  É o intervalo entre a idéia e a ação. Uma idéia visa, naturalmente, à auto-proteção: a idéia de estar em segurança. A ação é sempre imediata; não é do passado nem do futuro; o agir deve estar sempre no presente; mas a ação é tão perigosa, tão incerta, que preferimos ajustar-nos a uma idéia que nos promete certa segurança.

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