Escrito por Gil Vicente em 1517, O Auto da Barca do Inferno se encaixa num modelo de transição da Idade Média para a Idade Moderna, no qual se começava a priorizar o lado "humano". Os autos eram tipos de "peças teatrais" escritos na época.
Sua importâcia é enaltecida até hoje, pois foi Gil Vicente que introduziu esse tipo de narração em Portugal, e também começou a escrever esses autos, voltados para o entretenimento do povo. Usando a ironia, como sua principal forma de fazer humor
Trata-se de uma alegoria dramática: duas são as barcas em que os personagens podem subir; a do Inferno, munida do Diabo, e a da Glória, encabeçada pelo Anjo. Em cena, é realizado o auto do julgamento das almas, e a maior parte delas segue na primeira barca. Entre os "réus", um agiota, um sapateiro rico, um tolo, uma alcoviteira, um usurário, quatro cavaleiros e um frade corrupto, além de outros representantes da humanidade. Muito mais do que uma sátira da sociedade lisboeta em princípios do século 16, mais do que uma farsa ou um auto de moralidade (embora também o seja), "Auto da Barca do Inferno" é um bem-humorado arrazoado dos vícios que corroem o mundo e uma crítica – infelizmente ainda válida – à organização da sociedade dos homens. Gil Vicente é considerado o primeiro dramaturgo da língua portuguesa, e esta nova edição traz o texto vicentino completamente anotado pela professora Jane Tutikian, que também assina a introdução.
Neste vídeo do Prof. Fernando Marcilio, do Anglo, temos uma explanação resumida da obra.
Bons estudos!
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