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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Felicidade é um Intervalo dos Sofrimentos

Que saudades de ser criança! Parece que quando somos criança não perdemos tempo com a busca da felicidade. Tudo é tão mágico! A felicidade vai e vem e nem percebemos ou nos tocamos da sua importância e o que significa. Somos capazes de vivenciar juntas com maestria a Tristeza e a Felicidade em meros minutos. Enquanto que na fase adulta pende-se em viver ou quase sempre permanecer na tristeza. Na fase infantil os sentimentos são até os mesmos da fase adulta: contrariedades, decepções, abandonos, solidão, necessidades, egoísmo, ciúmes, baixa-estima.
Portanto na fase infantil, possuímos maior capacidade de transformar a tristeza em felicidade por um simples carinho, por um brinquedo, por um animalzinho de estimação, por um livro cheio de ilustrações. E quando adulto podemos nós mesmo escolher com quem ter o carinho, comprar o próprio animal de estimação, o próprio livro, porém tudo se torna tão automático pela facilidade que parece que não faz diferença, não transforma.
Ser criança é uma grande e preciosa fase da vida a qual temos a capacidade de enfrentar os problemas e que mesmo inocentemente sabemos  utilizar dos recursos que possuímos. Já na fase adulta, continuamos a ter os mesmos recursos, porém nem nos damos conta do que temos e de como aproveitar, parece que vamos perdendo a capacidade. Estamos sempre procurando a nossa própria felicidade no outro, fora da gente.  Quando adultos nos tornamos muito mais inseguros, birrentos, egoístas do que quando criança. E que mesmo possuindo a consciência, a possibilidade de escolha estamos sempre insatisfeitos, revoltados, desequilibrados, tristes e até doentes. Quase sempre estamos procurando algo que muitas vezes não sabemos o que é.
A felicidade é um intervalo diante dos sofrimentos e que não sabemos aproveitar, porque continuamos a acreditar que ela é difícil, e muitas vezes desacreditamos que ela exista. Precisamos descobrir quais são nossas reais necessidades, o que é real e o que é fantasia. Talvez assim possamos desfrutar do momento em que a felicidade realmente atua. Não é possível simplesmente excluir a tristeza da vida, podemos sim aprender a lidar com ela através de recursos encontrados por cada um. Essa dualidade é inerente a todos.
A tristeza serve para reflexão e a felicidade é um intervalo que temos para não permanecer na tristeza.  Estamos tão acostumados a viver do lado negativo da vida que ficamos desconfiados quando estamos felizes e quase sempre nos auto-sabotamos  com a expressão “Hoje estou muito feliz, tenho até  medo do que vai acontecer.” Somos inseguros até para ser feliz. Não posso nem afirmar que isto é infantilidade porque as crianças majestosamente sabem como aproveitar dos momentos em que ambas atuam.


Dja Cavalcanti

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