Que saudades de ser criança! Parece que quando somos criança não perdemos tempo com a busca da felicidade. Tudo é tão mágico! A felicidade vai e vem e nem percebemos ou nos tocamos da sua importância e o que significa. Somos capazes de vivenciar juntas com maestria a Tristeza e a Felicidade em meros minutos. Enquanto que na fase adulta pende-se em viver ou quase sempre permanecer na tristeza. Na fase infantil os sentimentos são até os mesmos da fase adulta: contrariedades, decepções, abandonos, solidão, necessidades, egoísmo, ciúmes, baixa-estima.

Ser criança é uma grande e preciosa fase da vida a qual temos a capacidade de enfrentar os problemas e que mesmo inocentemente sabemos utilizar dos recursos que possuímos. Já na fase adulta, continuamos a ter os mesmos recursos, porém nem nos damos conta do que temos e de como aproveitar, parece que vamos perdendo a capacidade. Estamos sempre procurando a nossa própria felicidade no outro, fora da gente. Quando adultos nos tornamos muito mais inseguros, birrentos, egoístas do que quando criança. E que mesmo possuindo a consciência, a possibilidade de escolha estamos sempre insatisfeitos, revoltados, desequilibrados, tristes e até doentes. Quase sempre estamos procurando algo que muitas vezes não sabemos o que é.

A tristeza serve para reflexão e a felicidade é um intervalo que temos para não permanecer na tristeza. Estamos tão acostumados a viver do lado negativo da vida que ficamos desconfiados quando estamos felizes e quase sempre nos auto-sabotamos com a expressão “Hoje estou muito feliz, tenho até medo do que vai acontecer.” Somos inseguros até para ser feliz. Não posso nem afirmar que isto é infantilidade porque as crianças majestosamente sabem como aproveitar dos momentos em que ambas atuam.
Dja Cavalcanti
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