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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Responsabilidades

Quem nunca ficou de saco cheio delas?

Há momentos na vida que temos que nos responsabilizar por um grupo, por uma  pessoa  ou por uma determinada situação. Seja por escolha, por obrigação ou por necessidade. Mesmo cientes da sua importância em nossas vidas, dificilmente estamos preparados. Independente da maneira que elas chegam a pressão é muito grande na administração e manutenção. Dependendo do nosso estado emocional, acabamos enveredando para o total desequilíbrio  e a nossa maneira de lidar com tudo e com todos acaba sendo desastrosa. E quanto mais, fugimos... acreditem! Elas aparecem do nada!
Muitos chamam as responsabilidades de karma. Segundo Swami Vivekananda: “A palavra Karma se deriva do sânscrito Kri, fazer; toda ação é karma. Tecnicamente esta palavra quer dizer: os efeitos das ações. Metafisicamente é usada com o seguinte significado: é o efeito provocado por nossas ações anteriores. Porém em karma-yoga só tratamos da palavra karma como equivalente a ação. A meta da humanidade é o conhecimento; este é o ideal unívoco da filosofia oriental”.
Em quase todas as nossas responsabilidades, estamos lidando com pessoas. Portanto temos que ficar alerta, porque podemos estar gerando mais transtornos do que propriamente soluções, benefícios e bem estar.  Há quem no comando de qualquer responsabilidade se empenham em mostrar o próprio desgaste  físico e emocional e o  seu marketing pessoal passa a ser de vítima; e há também aqueles que  se utilizam da  grosseria, da prepotência e da rigidez para manter a distância e mais adiante aquele que deixa as suas próprias responsabilidades para cuidar das dos outros.
Precisamos realmente fazer tanta manobra para lidar com as nossas responsabilidades? Precisamos nos responsabilizar integralmente pelo outro? O que precisamos fazer para cumprir-las, sem lesar ao outro e a nós mesmos?  Qual a sua importância em nossas vidas?
Segundo doutores no assunto a solução é saber dizer não, porque muitas vezes nos responsabilizamos por obrigações do outro e ficamos acarretados atrapalhando o outro de ter suas próprias experiências. E experiência na vida significa conhecimento, aprendizado. Percebi que podia estar sendo co-autora da falta de crescimento do outro. Após este alerta passei a fazer uma grande reciclagem e descobri quais eram as minhas reais responsabilidades e quais as que eu automaticamente havia assumido e que não me pertenciam. E aos poucos fui devolvendo aos verdadeiros responsáveis. Ufa! Que alívio e tranqüilidade, porque encontrei tempo para arcar com as minhas e até sobrar um tempinho para eu continuar colaborando com as responsabilidades do outro, porém jamais assumi-las.
Um exemplo simples como: arrumar a gaveta do outro e não a minha. Poxa! Primeiro eu tenho que arrumar a minha e depois colaborar para arrumar a do outro. Este exemplo é somente para elucidar o quanto podemos acarretar as nossas vidas, quando perdemos o respeito por nós mesmo. Passamos quase a vida inteira acreditando que cuidar primeiro da gente é ser egoísta. Como podemos ultrapassar os próprios limites? Enquanto não olharmos para nós mesmos e descobrir  o que realmente nos pertence, e pelo o que realmente somos responsáveis, não acharemos o equilíbrio. Após o reconhecimento dos próprios limites, deveres e respeito com nós mesmos, acharemos o equilíbrio e nos tornaremos capazes de continuar a lidar com as nossas responsabilidades com prazer e consciência da sua importância. Com condições físicas e emocionais encontraremos estímulo para lidar com as próprias responsabilidades podendo continuar a ser útil sem transtornos. E quanto ás responsabilidades extras que muitas vezes chamamos de karma, conforme Swami Vivekananda nada mais é do que o efeito provocado por nossas ações anteriores.

Dja Cavalcanti

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